Mas afinal, quem é esse tal de Narciso?
Existem algumas versões de narrações que nos falam de Narciso, um ser mitológico, imaginário, mas que nem por isso, deixa de habitar um pouco (às vezes muito) em todos nós.
Mesmo havendo diversas versões sobre esse mito, uma coisa é comum a todas elas: Narciso era um jovem muito famoso pela beleza física e por sua vaidade e orgulho.
A mais conhecida das versões, resumidamente, narra que Narciso não deveria nunca olhar seu reflexo. No entanto, certo dia, Narciso estava andando junto a uma fonte chamada Narkissos e acabou olhando seu reflexo na água e se apaixonando por si mesmo, de tão belo que era. Foi incapaz de desviar seu olhar de seu reflexo e, por fim, morreu junto à fonte.
O termo "narcisismo", ou mesmo "Narciso", deriva da palavra grega narke ("entorpecido", “narcótico”), que simboliza a vaidade e a insensibilidade. Ou seja, estamos falando de um "entorpecimento emocional", em que a personagem principal sofre falta de ligação com os demais, mas dá toda a importância a si mesmo.
No mito, há uma profecia feita por Tirésias em que Narciso viverá muito sem jamais se conhecer e que morrerá se vier a se olhar (o que de fato aconteceu). Dessa profecia podemos inferir sobre “os riscos” do autoconhecimento, que podem levar à “morte” do nosso ego (para que seja feito o remodelamento do mesmo).
Entendido isso, qual a visão do narcisismo pela psicanálise. Como o assunto é enxergado e tratado dentro da psicanálise? Quais os diferentes tipos de narcisismo e a diferença entre eles? O que são as feridas narcísicas e o que elas têm a ver com o narcisismo? Na prática, como isso impacta nossas relações e vida?
Nas próximas postagens abordarei as questões acima.