O termo “Narcisismo” pode mudar de significado conforme a abordagem e de acordo com o contexto cultural ou da disciplina que o aborda. Embora o tema atualmente seja tratado com importância, nota-se também que era abordado antes mesmo da sociologia moderna torná-lo um tema dentro de seu foco. A psicanálise, especialmente com artigos escritos por seu fundador, Freud, e posteriormente com diversos psicanalistas da linha Freudiana e de outras linhas de pensamento, traz o tema quanto à origem do narcisismo a partir da estruturação do aparelho psíquico, abordando a formação do narcisismo primário, secundário, e do aparecimento de sintomas, o que poderia ser tratado como narcisismo patológico. Nesse ponto, há também novas abordagens sobre a clínica no narcisismo, considerando que talvez seja necessário o analista desenvolver mais que a escuta flutuante, trabalhando também sua “capacidade simbolizante”.
Respondendo à pergunta inicial, temos sim, algo de Narciso em nós. Para tanto é necessário entender um pouco do mito, das origens do eu, e daquilo que fazemos com o nosso ego.
Na próxima postagem discorrerei um pouco sobre o mito de Narciso, e nas demais trarei um pouco à luz como os aspectos narcisistas vêm a fazer parte de nós quando ainda bebês, e se enraizam em nós durante nosso crescimento e fase adulta (muitas vezes mais do que o desejado) e suas implicações práticas.